Copa do Brasil: Fluminense elimina o Bahia com 2 a 0 no Maracanã e vai à semifinal

Virada de chave no Maracanã
Décima eliminação do Bahia nas quartas de final e um Maracanã que pesou no momento certo. Com autoridade e controle de jogo, o Fluminense venceu por 2 a 0, na noite de 10 de setembro de 2025, e reverteu a desvantagem do primeiro confronto, carimbando a vaga na semifinal da Copa do Brasil. Os gols saíram no segundo tempo: Agustín Canobbio, em pênalti aos 55 minutos, e Thiago Silva, aos 84, fecharam o agregado em 2 a 1.
O roteiro começou a ser escrito desde os primeiros minutos. O Bahia entrou para proteger o 1 a 0 da ida e recuou as linhas, apostando em transições curtas. O plano ruiu diante de um Fluminense que mordeu por dentro, ocupou os corredores e empurrou o adversário para o próprio campo. A posse de bola de 64% no primeiro tempo traduziu a superioridade tricolor, com circulação rápida e volume de finalizações.
Ainda antes do intervalo, o Maracanã prendeu a respiração duas vezes. Thiago Silva testou firme após cobrança pelo alto e carimbou o travessão, num lance que já indicava como a bola aérea poderia decidir. O Bahia respondeu nos acréscimos da etapa inicial, quando Kayky apareceu com espaço na área; a finalização levou perigo, mas não mudou o placar.
Veio a volta do vestiário e, com ela, o lance que virou o duelo. Aos 55, pênalti para o Fluminense. Canobbio assumiu a responsabilidade e cobrou com calma, deslocando o goleiro e devolvendo a igualdade no agregado. A atmosfera mudou: o time carioca acelerou, ganhou confiança e empurrou o Bahia para ainda mais perto de sua área.
Rogério Ceni reagiu com substituições para dar gás e profundidade ao ataque baiano. A ideia era alongar o campo e segurar a bola mais à frente, mas faltou sequência de passes. O Bahia teve dificuldades para ligar o meio ao ataque e fechou o jogo com apenas duas finalizações no alvo. O Fluminense, por sua vez, administrou a vantagem emocional do 1 a 0 sem perder o pé do jogo, mantendo o ritmo alto e a concentração na segunda bola.
Quando o relógio indicava reta final, a experiência falou mais alto. Aos 84, Thiago Silva apareceu no lugar certo, na hora certa, dentro da área, para empurrar para a rede e matar o confronto. O capitão viveu noite completa: liderança na saída de bola, imposição nos duelos e leitura perfeita dos espaços, coroada com o gol que classificou o time.
O que explica a classificação e os próximos passos
Renato Gaúcho escalou força máxima, com Fábio dando segurança no gol e um bloco que manteve a equipe compacta entre as linhas. O Fluminense tomou o centro do campo, abriu o corredor esquerdo para acelerar e não desligou na bola parada. A equipe soube transformar controle em chance clara, sem se expor nos momentos em que precisou marcar em campo aberto.
Do outro lado, o Bahia sentiu o peso de defender vantagem fora de casa. O time recuou além da conta no primeiro tempo, teve dificuldade para respirar com a bola e não conseguiu sequência de ataques. A melhor chegada, com Kayky, saiu de um lampejo individual. No segundo tempo, a necessidade de propor o jogo esbarrou na falta de posse sustentável e em um adversário que acelerava toda vez que recuperava a bola.
A atuação da arbitragem, comandada por Matheus Delgado Candançan, correu dentro do esperado para um duelo de alta tensão e não interferiu no ritmo da partida. O jogo ficou nas mãos de quem conseguiu controlar o meio e transformar esse domínio em ações de área.
Os números explicam o enredo: posse majoritária do Fluminense (64% na primeira metade) e mais volume de chegadas; do outro lado, apenas duas finalizações certas do Bahia em 90 minutos, o que é pouco para quem precisava do gol fora de casa. Em mata-mata, eficiência pesa, e o Fluminense foi cirúrgico nas duas oportunidades decisivas.
Com a vaga, o Tricolor carioca está novamente entre os quatro melhores do país e ganha fôlego para administrar o calendário, agora com a confiança de quem superou um cenário adverso. Canobbio sai fortalecido pelo gol em momento crítico, e Thiago Silva reforça a sensação de que, além da técnica, sua leitura de jogo decide partidas grandes.
Para o Bahia, fica o gosto amargo da 10ª eliminação nas quartas de final da competição, um obstáculo que teima em reaparecer mesmo em boa fase. O time soma números expressivos na temporada, inclusive em volume de gols, mas não transformou desempenho em avanço no torneio. A chave agora vira para a Série A: a equipe foca a recuperação anímica e o trabalho de ajuste no terço final, com o próximo compromisso marcado contra o Cruzeiro, no domingo, 15 de setembro, na Arena Fonte Nova.
- Controle territorial: o Fluminense ocupou o meio e ditou o ritmo.
- Lance-chave: pênalti convertido por Canobbio aos 55 minutos.
- Protagonista: Thiago Silva, do travessão ao gol da classificação.
- Produção ofensiva do Bahia: apenas duas finalizações no alvo em todo o jogo.