Irmãos Menendez Têm Pena Reduzida e Podem Pedir Liberdade Após 30 Anos

Irmãos Menendez Têm Pena Reduzida e Podem Pedir Liberdade Após 30 Anos mai, 15 2025

A Redução de Pena dos Irmãos Menendez e o Impacto Judicial

Em uma decisão inesperada para quem acompanha a história do crime nos Estados Unidos, Erik e Lyle Menendez, conhecidos mundialmente pelo brutal assassinato dos pais, tiveram a sentença revista em maio de 2025. O juiz Michael Jesic, da Suprema Corte de Los Angeles, determinou uma nova condenação de 50 anos a prisão perpétua, o que, na prática, torna a dupla imediatamente elegível para pedir liberdade condicional, pois já cumpriram mais de 30 anos de reclusão.

A trajetória dos irmãos Menendez na justiça começou em 1996, quando foram considerados culpados pelo assassinato de José Menendez, executivo do ramo fonográfico, e de sua esposa, Kitty, dentro da mansão da família em Beverly Hills, em 1989. Antes da resentença, ambos enfrentavam prisão perpétua sem possibilidade de liberdade. Agora, o cenário muda radicalmente e reacende debates antigos: é possível reabilitar quem cometeu crimes tão sérios? Deve-se dar uma segunda chance, mesmo diante de confissões chocantes?

Durante o processo de re-sentença, Erik Menendez não fugiu do peso do passado. Ele classificou sua atitude como “criminosa, egoísta e covarde”, admitindo a responsabilidade por cada disparo contra os próprios pais. Já Lyle Menendez, que na época do crime tinha apenas 21 anos, deixou claro que não busca desculpas: “Matei minha mãe e meu pai… não me eximo, e não coloco culpa neles”. Ambos tentaram mostrar arrependimento real, talvez na esperança de sensibilizar a bancada responsável pela liberdade condicional.

Acusações, Justificativas e Repercussão no Sistema

Mas o Ministério Público não aceita a narrativa dos irmãos de forma tão simples. Nathan Hochman, promotor do condado, classificou a tentativa de justificar o crime como defesa de anos de abusos como “uma mentira”. Para ele, o assassinato teve motivação financeira e foi cuidadosamente planejado: os Menendez buscavam antecipar a herança milionária dos pais. Segundo Hochman, o reconhecimento “sincero e total” da culpa será um critério forte na análise da liberdade condicional.

A decisão do juiz Jesic só foi possível depois da sugestão do ex-promotor George Gascón, que recomendou a exclusão dos agravantes que impediam qualquer chance de liberdade. Para Mark Geragos, advogado dos irmãos, o veredito reflete uma mudança no próprio espírito da justiça criminal dos EUA. Segundo ele, o sistema penal “está em transformação” ao abrir a porta para novas avaliações em casos antigos e emblemáticos como o dos Menendez.

O próximo passo agora será um aguardado julgamento no Conselho de Liberdade Condicional da Califórnia. Se o conselho decidir pela saída dos irmãos, a decisão final ainda poderá cair nas mãos do governador estadual. Enquanto isso, a família Menendez assume a esperança de reunir-se de novo, destacando o envolvimento dos irmãos em programas de reabilitação durante as últimas décadas na prisão.

O caso Menendez nunca foi apenas mais um crime. Virou debate, série de TV, livro, símbolo de dilemas morais e legais que ainda dividem opiniões em todo o país. Agora, com a chance real de liberdade, o julgamento dos irmãos continua, desta vez diante de uma sociedade que exige novas respostas do sistema carcerário e da justiça criminal americana.