Quando Manuela Dias, autora da novela Vale Tudo decidiu matar a icônica vilã, ninguém imaginou que o suspense ainda duraria até o último capítulo.
Na segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, às 21h20, após o Jornal Nacional, a TV Globo exibiu a cena da morte de Odete Roitman, interpretada por Débora Bloch. O desfecho não foi revelado ao público – nem aos atores – porque a produção gravou dez versões diferentes, com cinco possíveis assassinos.
Contexto: da novela original ao remake de 2025
A versão clássica de Vale Tudo, exibida entre 1988 e 1989, marcou a história da teledramaturgia brasileira. O assassinato de Odete, então encarnada por Beatriz Segall, foi resolvido de forma inesperada: um engano que culminou em uma briga com Marco Aurélio (Reginaldo Faria). Em 2025, o remake trouxe o cenário de Copacabana Palace, em Rio de Janeiro, e um roteiro que dialoga com questões atuais como racismo, etarismo, alcoolismo e o empoderamento feminino.
“Nosso olhar já não precisa ver essa mulher como uma perversa. Ela é dona do próprio corpo e do próprio desejo”, explicou Manuela Dias durante entrevista ao Fantástico. A nova Odete, portanto, desperta simultaneamente repulsa e empatia, algo que tem gerado discussões fervorosas nas redes sociais.
Os múltiplos finais e o suspense do assassinato
Até o último dia de gravação, a equipe trabalhou com cinco versões da cena final – cada uma apontando um suspeito diferente. "Gravamos com os cinco matando e não matando. Até esse momento, só eu e o diretor Paulinho Silvestrini sabemos o final", confidenciou a autora.
Os cinco possíveis culpados são:
- Marco Aurélio – ex‑marido poderoso, sempre odiado pelos negócios escusos;
- Celina – amiga de infância que guarda rancores antigos;
- César – executivo do Grupo Almeida Roitman, que pode herdar 50% da fortuna;
- Maria de Fátima – advogada defensora dos menos favorecidos, porém com laços familiares secretos;
- Heleninha – barwoman que frequenta o mesmo hotel e sabe de tudo.
O que torna tudo ainda mais intrigante é que o roteiro foi mantido “aberto”: alterações de última hora ainda são possíveis, inclusive mudar a identidade do assassino até poucos minutos antes da transmissão.
Personagens suspeitos: quem pode ser o assassino?
Analistas de mídia apontam que o suspense funciona como um experimento social. Cada suspeito tem um motivo plausível. Marco Aurélio, por exemplo, tem dívida enorme com Odete e poderia eliminá‑la para salvar seu império. Já Celina, ao descobrir que Odete a manipulou para fechar um contrato, teria um motivo de vingança pessoal.
César, cuja linha de sucessão ao Grupo Almeida Roitman só se efetiva com a morte de Odete, tem o incentivo financeiro mais claro. Maria de Fátima, por outro lado, representa o conflito entre ética e lealdade familiar – rumores de um filho secreto alimentam a teoria de que ela poderia agir para proteger o descendente.
Heleninha, talvez a mais enigmática, aparece nos bastidores do hotel, ouvindo conversas e guardando segredos. “Ela é a testemunha silenciosa”, comentou um roteirista anônimo. Ainda assim, nenhum dos personagens foi descartado por completo, e a produção mantém a ambiguidade intencionalmente alta.
Impacto social e cultural da nova Vale Tudo
Além do entretenimento, a novela tem provocado efeitos concretos na sociedade. O núcleo romântico entre Lucimar e Vasco, por exemplo, provocou um aumento de 300% nas procurações por regularização de paternidade na Defensoria Pública do Rio. "Olha, eu também fiquei apaixonada pela Odete. Então, realmente deu dó", contou Manuela Dias, destacando o poder da ficção em influenciar decisões reais.
Os temas de racismo e etarismo, abordados em episódios recentes, geraram debates em universidades e sindicatos. Grupos de direitos humanos citaram a trama como exemplo de como a TV pode abrir espaço para discussões antes marginalizadas.
Do ponto de vista de audiência, a novela bate recordes de rating nas 21h20, superando concorrentes tradicionais e mantendo a tradição de ser pauta no noticiário de segunda‑feira.
O que esperar nos capítulos finais
Com o episódio de terça‑feira, 7 de outubro, o corpo de Odete será encontrado no hotel, desencadeando uma investigação que envolverá todos os suspeitos. A produção prometeu que "a novela vai se construindo junto com o público". Isso significa que as reações nas redes sociais podem influenciar, até certo ponto, a escolha do assassino nos últimos minutos de gravação.
Para quem acompanha, a dica é ficar de olho em pequenos detalhes: um brilho de aliança, um bilhete deixado na recepção, ou até a postura de um personagem ao entrar em cena. Cada pista pode ser a chave para desvendar o mistério antes que o último capítulo vá ao ar.
Principais fatos
- Data da transmissão da morte: 6 /10 /2025, 21h20;
- Autor da trama: Manuela Dias;
- Diretor: Paulinho Silvestrini;
- Personagens suspeitos: Marco Aurélio, Celina, César, Maria de Fátima, Heleninha;
- Impacto social: +300 % na busca por regularização de paternidade.
Perguntas Frequentes
Quem é a responsável por escrever o novo final de Vale Tudo?
A autora Manuela Dias escreveu dez variantes do último capítulo, garantindo que apenas ela e o diretor saibam quem realmente mata Odete Roitman até a transmissão.
Quais são os motivos que tornam cada suspeito um possível assassino?
Marco Aurélio tem dívidas e rivalidade; Celina guarda rancor por manipulação; César pode herdar 50 % do Grupo Almeida Roitman; Maria de Fátima tem um filho secreto que pode ser protegido; Heleninha conhece segredos do hotel e poderia agir por desespero ou oportunidade.
Como a novela influencia a sociedade fora das telas?
O romance entre Lucimar e Vasco impulsionou um aumento de 300 % nas buscas por regularização de paternidade na Defensoria Pública do Rio. Além disso, os debates sobre racismo e etarismo geraram discussões em universidades e movimentos de direitos humanos.
Quando o corpo de Odete será encontrado na trama?
O corpo aparece no episódio de terça‑feira, 7 de outubro de 2025, desencadeando a investigação que envolverá todos os cinco suspeitos.
Qual é a expectativa para o desfecho final da novela?
Analistas acreditam que o suspense continuará até o último minuto. A produção promete que o público poderá perceber pistas ao longo dos últimos capítulos, mas só Manuela Dias e Paulinho Silvestrini sabem quem realmente será o assassino.
Aline de Vries
outubro 6, 2025 AT 20:50Olha, a escolha de matar Odete Roitman foi um movimento ousado.
A filosofia da trama nos obriga a refletir sobre o poder e a justiça.
Não basta só o choque, tem que ter propósito.
Se a autora quer nos fazer questionar, então ela acertou, mesmo que alguns não entendam.
É um convite à introspecção, viu?
Tatianne Bezerra
outubro 6, 2025 AT 21:00Concordo, Aline! Mas não dá pra ficar só na reflexão, tem que sentir a vibração da nossa cultura! Essa novela trouxe o Rio, o samba, o drama, tudo num pacote explosivo. Se a Globo pode brincar com cinco finais, é porque tem confiança no nosso público. Agora, vamos apoiar quem realmente tem coragem!
edson rufino de souza
outubro 6, 2025 AT 22:46Tudo isso não passa de uma grande cortina de fumaça. A Globo, junto com grandes anunciantes, controla a narrativa pra manter a massa distraída. As cinco versões servem pra nos fazer acreditar que temos escolha, quando na verdade o desfecho já está pré‑programado nos bastidores. Quem realmente paga a conta é o conglomerado de mídia que dita o que a gente vê. Não é coincidência que o assassinato acontece exatamente quando a audiência está em pico, garantindo índices de rating e, consequentemente, mais grana nos cofres da emissora.
Lucas Santos
outubro 6, 2025 AT 22:56Prezado senhor Edson, sua análise carece de fundamentação empírica e revela uma tendência a extrapolações infundadas. 🌐 Embora compreenda o interesse por teorias alternativas, deve‑se considerar que a produção anunciou publicamente a existência de múltiplas versões, o que pode ser interpretado como estratégia de marketing legítima, e não como indício de manipulação oculta. Atenciosamente, Lucas Santos.
Larissa Roviezzo
outubro 7, 2025 AT 01:00Então, gente eu simplesmente não acredito que a novela ainda esteja tentando nos enganar quem diria que ainda tem gente que acha que Odete foi só uma vilã ela tem camadas a gente tem que sentir o drama quem nunca chora vendo a cena final
Marty Sauro
outubro 7, 2025 AT 01:10Claro, porque nada diz ‘arte’ como mudar o assassino na última hora.
Wellington silva
outubro 7, 2025 AT 02:56Interessante observar como a narrativa de Vale Tudo está estruturada segundo princípios de storytelling transmedia, onde o público se torna co‑autor da trama.
Cada suspeito representa um arquétipo clássico de motivação: o poder, a vingança, a herança, o segredo familiar e a oportunidade marginal.
Marco Aurélio encarna o imperador decadente que busca preservar seu império a qualquer custo, enquanto Celina simboliza a ama‑de‑casa traída que recorre à violência como resposta emocional.
César, por sua vez, traz à tona a lógica fria do capital, tornando a disputa pela herança um estudo de caso de governança corporativa.
Maria de Fátima introduz a dimensão ética do direito, levantando a questão de até onde a lealdade familiar pode justificar transgressões legais.
Heleninha, a barwoman, funciona como observadora silenciosa, a testemunha que registra a informação de forma quase voyeurista.
A escolha de múltiplas versões de assassinato reflete uma estratégia de “jump‑the‑shark” adaptativa, que mantém a audiência engajada ao gerar discussões nas redes sociais.
Essa prática, bem documentada na literatura de mídia, aumenta o tempo médio de visualização e eleva o índice de retorno de investimento publicitário.
Além disso, a presença de temas como racismo, etarismo e empoderamento feminino demonstra uma integração consciente de agenda social ao enredo, caracterizando um modelo de “entertainment‑for‑change”.
O fato de a produção permitir que feedbacks em tempo real influenciem o final pode ser visto como uma forma de governança participativa, embora ainda exista o risco de diluição da autoria artística.
Em termos de construção de personagem, a nova Odete apresenta uma dualidade entre vilania e vulnerabilidade que desafia o espectador a renegociar seu julgamento moral.
A química entre os atores reforça a imersão, pois a direção de Paulinho Silvestrini aposta em planos sequência que intensificam a tensão dramática.
O uso de trilha sonora contemporânea cria um leitmotif que associa cada suspeito a um tema musical específico, facilitando a memorização de pistas pelos telespectadores.
Por fim, a sucessão de pistas – um brilho de aliança, um bilhete na recepção – funciona como um “breadcrumb trail” que instiga a comunidade a montar teorias de forma colaborativa.
Essa complexidade narrativa revela que Vale Tudo não é apenas um entretenimento, mas um experimento sociológico que transcende a televisão tradicional.
Mauro Rossato
outubro 7, 2025 AT 03:06Caraca Wellington, tu mandou ver na análise, mas ó, acho que tu esqueceu de mencionar o cheirinho de café que rola nos bastidores do hotel, detalhe que pode mudar tudo. Sem essa gíria toda, o ponto é que a novela tá jogando luz no que a gente sente na rua, não só nos estúdios.
Hilda Brito
outubro 7, 2025 AT 04:53É óbvio que a Globo só faz isso pra faturar, nada de arte, só mais um truque de marketing cheio de fôlego.
Bruna Boo
outubro 7, 2025 AT 05:03Concordo Hilda, mas na real eu nem ligo muito, só lembro que a trama tem uns momentos bons e outros… blá blá blá.