PEC limita cargos comissionados a 5% e elimina privilégios

Quando Pedro Paulo, deputado do PSD-RJ apresentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma administrativaBrasília na Câmara dos Deputados, a maioria dos olhos do País se voltou para o limite de 5% nos cargos comissionados. O documento, protocolado em 2 de outubro de 2025, também propõe o fim de férias de 60 dias para juízes e promotores, além da criação de um concurso nacional unificado bienal.
Contexto político e histórico da reforma administrativa
Desde o fim da década passada, o governo federal tem buscado reduzir custos e ampliar a meritocracia no serviço público. A proposta atual surge depois da aprovação do projeto de Imposto de Renda em 1º de outubro, quando Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados (Republicanos-PB) sinalizou que as pautas econômicas deveriam avançar com maior rapidez.
Para entender a urgência, vale lembrar que, segundo o IBGE, o Brasil conta com cerca de 12,3 milhões de servidores públicos. Desses, estima‑se que 11% ocupem cargos de confiança, um número que o governo considera inflacionado e que, segundo o Ministério da Fazenda, gera um ônus de R$ 25 bilhões ao erário a cada ano.
Detalhes da PEC: limites de cargos e novas regras
A norma fixa que apenas 5% das posições em todos os entes federativos podem ser cargos comissionados – exceto nos municípios com menos de 10 mil habitantes, onde o teto sobe para 10%. Além disso, metade desses cargos deve ser preenchida por servidores efetivos, criando uma obrigatoriedade de classificação em “estratégicos”, “táticos” e “operacionais”.
Outro ponto crucial: cada carreira pública terá no mínimo 20 níveis de progressão. A proposta permite concursos diretos para níveis acima do iniciante, mas fixa uma trava de 5% do quadro para essas exceções, evitando que o modelo seja usado como regra permanente.
- Limite de 5% para cargos comissionados (10% em municípios < 10 mil hab.)
- Metade dos comissionados ocupados por efetivos
- 20 níveis de progressão nas carreiras
- Proibição de férias de 60 dias para magistrados
Repercussões entre municípios e secretarias
O texto também impõe um teto ao número de secretarias municipais quando a despesa supera a receita corrente líquida. Cidades pequenas (até 500 mil habitantes) podem ter no máximo dez secretarias; municípios com até 10 mil habitantes e déficit fiscal podem manter até cinco. Essa medida pretende evitar a proliferação de gabinetes onerosos, um problema que já custava, segundo a CGU, R$ 1,2 bilhão em desperdício administrativo em 2023.
“É uma maneira de dizer que o Estado não pode se multiplicar de forma descontrolada”, comentou Zé Trovão, deputado (PL‑SC).
Expansão do Concurso Nacional Unificado (CNU)
Uma das apostas da reforma é tornar o CNU o pilar da contratação pública. O plano prevê que o concurso seja realizado a cada dois anos, reunindo vagas de prefeituras, estados e entes federais em um único cadastro nacional. Estima‑se que, em sua primeira edição, mais de 150 mil vagas poderão ser preenchidas – de professores a policiais, passando por médicos e enfermeiros.
De acordo com o Ministério da Educação, a falta de concursos regulares custa ao país cerca de R$ 8 bilhões anuais em produtividade perdida. O CNU, ao gerar previsibilidade, poderia reduzir esses números em até 30% nos próximos cinco anos.
Reações de parlamentares, sindicatos e sociedade civil
Os autores da PEC – Fausto Santos Jr. (União Brasil‑AM), Marcel van Hattem (Novo‑RS), Neto Carletto (Avante‑BA) e Júlio Lopes (PP‑RJ) defendem a proposta como “um salto de qualidade na gestão pública”.
Por outro lado, a CGU e grandes sindicatos de servidores denunciaram a medida como “uma ameaça à estabilidade dos empregos” e pediram garantias de que o regime de progressão não será enfraquecido.
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas, divulgado em 15 de outubro, mostra que 62% dos entrevistados consideram a limitação de cargos comissionados positiva, mas 48% temem que a redução de vagas temporárias deixe lacunas em áreas técnicas.
Próximos passos e perspectiva de votação
Com a orientação de Hugo Motta, a pauta deve ser incluída na ordem do dia da Câmara ainda na primeira semana de novembro. Se aprovada, a proposta seguirá para o Senado, onde ainda enfrentará resistência dos presidentes das comissões de Finanças e de Constituição.
Especialistas apontam que, mesmo que haja emendas, o núcleo da proposta – limite de 5% e fim das férias de 60 dias – tem alta probabilidade de avançar, principalmente pela pressão da agenda econômica do governo.
Perguntas Frequentes
Como a limitação de 5% nos cargos comissionados afeta os municípios pequenos?
Em municípios com menos de 10 mil habitantes, o teto sobe para 10%, permitindo maior flexibilidade. Contudo, a regra geral força essas administrações a repensar a criação de cargos de confiança, reduzindo custos e incentivando concursos públicos locais.
Qual o impacto esperado do Concurso Nacional Unificado nas vagas de saúde?
O CNU inclui vagas para médicos, enfermeiros e técnicos de saúde, o que deve suprir a carência de profissionais em áreas remotas. Projeções da Anvisa indicam que, ao menos nos primeiros dois ciclos, o número de contratações pode crescer 25% em municípios de população inferior a 50 mil.
A proibição das férias de 60 dias para juízes gera algum custo para o Poder Judiciário?
A medida reduz o gasto com remuneração de férias, estimado em R$ 350 milhões ao ano, segundo o Conselho Nacional de Justiça. No entanto, críticos alertam que a mudança pode sobrecarregar magistrados durante períodos de alta demanda judicial.
Quando a PEC será votada na Câmara?
O presidente da Câmara, Hugo Motta, indicou que a votação deverá ocorrer na primeira semana de novembro de 2025, com debates previstos para a semana anterior.
Quais são os principais argumentos a favor da reforma?
Os defensores alegam que a medida trará maior eficiência, reduzirá gastos com cargos de confiança e aumentará a meritocracia por meio do CNU. Também apontam que a redução de privilégios será um sinal de justiça fiscal diante da situação econômica delicada.
Leonardo Santos
outubro 3, 2025 AT 09:19Existe uma rede invisível controlando quem entra nos cargos comissionados, e essa PEC parece ser o primeiro passo para expor os verdadeiros manipuladores. Cada nome listado nas comissões tem um vínculo oculto com interesses estrangeiros que não queremos na frente do governo. As porcentagens artificiais são apenas uma fachada para limitar a influência dos meios de comunicação que jogam contra a soberania. Se não houver vigilância, quem vai garantir que o limite de 5% não seja driblado por quem controla os bastidores? O Pueblo precisa abrir os olhos para essa jogada de sombras.