Trump e Sisi assinam cessar-fogo em Gaza na cúpula de Sharm el‑Sheikh

Trump e Sisi assinam cessar-fogo em Gaza na cúpula de Sharm el‑Sheikh out, 13 2025

Quando Donald Trump, presidente dos Estados Unidos se encontrou com Abdel Fattah al‑Sisi, presidente do Egito na manhã de 13 de outubro de 2025, acionou o relógio de uma das crises mais sangrentas da década.
O acordo, formalizado durante cúpula de paz em Sharm el‑SheikhSharm el‑Sheikh, contou com a presença de mais de 20 delegados internacionais e marcou a primeira libertação de 20 reféns pelo Hamas desde o início da guerra.

Contexto histórico do conflito Gaza‑Israel

Desde 2007, a Faixa de Gaza tem sido palco de confrontos intermitentes entre Hamas e o Estado de Israel. Em 2023, a escalada chegou ao ponto de uma operação terrestre que deixou mais de 5 mil civis mortos, segundo dados da ONU. A imprensa internacional passou a rotular o período como "guerra total". Em resposta, a comunidade árabe – liderada por Catar, Turquia e Egito – começou a articular propostas de cessar‑fogo, mas as negociações avançavam lentamente.

Em 15 de janeiro de 2025, um rascunho preliminar de um acordo de 42 dias foi apresentado, porém a aprovação ainda dependia de consenso interno em Tel‑Aviv. Até dezembro de 2024, o primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu havia viajado ao Cairo em busca de mediação, mas a resistência dos setores militares israelenses impediu a assinatura.

Detalhes do acordo assinado em Sharm el‑Sheikh

O documento final, divulgado por Casa Branca, estabelece três fases de 42 dias cada. Na primeira etapa, o Hamas deverá libertar 33 prisioneiros israelenses – incluindo todas as crianças, mulheres civis e idosos vivos – e compensar eventuais faltas com o repatriamento de corpos. Em troca, Israel liberará 30 detentas palestinas (principalmente mulheres e menores) por cada civil israelense libertado.

  • Fase 1 (dias 1‑42): Troca de prisioneiros e cessação das hostilidades aéreas.
  • Fase 2 (dias 43‑84): Retirada progressiva das forças terrestres israelenses de Gaza.
  • Fase 3 (dias 85‑126): Implementação de um corredor humanitário para reconstrução e monitoramento da ONU.

O acordo também prevê uma comissão mista de 21 pontos, supervisionada pelos Estados‑Unidos, Egito e Qatar, para garantir o cumprimento de metas como o fornecimento de água potável e eletricidade.

Reações dos protagonistas e da comunidade internacional

Reações dos protagonistas e da comunidade internacional

Ao chegar ao Cairo, Benjamin Netanyahu optou por não comparecer à cerimônia, alegando necessidade de consultas internas. Sua ausência gerou críticas de alguns líderes ocidentais, que o acusaram de "falta de coragem". Por outro lado, o próprio Donald Trump celebrou o feito em sua rede social Truth Social como "o fim da guerra" e sugeriu que o gesto poderia render-lhe um futuro Prêmio Nobel da Paz.

Os países árabes, liderados por Abdel Fattah al‑Sisi, expressaram alívio, mas mantiveram cautela, ressaltando que "a paz duradoura só virá com garantias de soberania palestina". A comunidade da ONU ainda não avaliou formalmente o acordo, embora o Conselho de Segurança tenha anunciado que revisará a situação em duas semanas.

Impactos esperados e desafios na implementação

Se a troca de prisioneiros ocorrer conforme o cronograma, estima‑se que cerca de 1,200 civis – 600 israelenses e 600 palestinos – possam voltar para casa nos próximos três meses. Economistas calculam que a abertura de rotas comerciais temporárias pode gerar até US$ 450 milhões em receitas para Gaza, um alívio importante após dois anos de bloqueio.

Entretanto, há obstáculos reais. Primeiro, a militância dentro do Hamas tem divergências sobre a libertação de combatentes de alto escalão. Segundo, facções radicais em Israel ainda pressionam por respostas a ataques que consideram crimes de guerra. Por fim, a infraestrutura de Gaza está tão devastada que, sem ajuda internacional, mesmo a fase de reconstrução pode se arrastar anos.

Próximos passos e perspectivas

Próximos passos e perspectivas

Nos próximos dias, uma equipe mista de observadores da ONU deve desembarcar em Gaza para monitorar a cessação dos bombardeios e validar as trocas de prisioneiros. Enquanto isso, Estados‑Unidos prometeu liberar US$ 200 milhões em assistência humanitária, condicionada ao cumprimento das metas de cada fase.

Analistas políticos afirmam que, se bem‑sucedido, o acordo pode abrir caminho para negociações mais amplas sobre o status de Jerusalém e a questão dos assentamentos. Mas advertem: "Qualquer revés pode reavivar a violência e colocar em xeque todo o esforço diplomático".

Perguntas Frequentes

Como o cessar‑fogo vai afetar os civis em Gaza?

A primeira fase garante a libertação de 33 prisioneiros israelenses e a troca por 30 detentas palestinas, permitindo que famílias repatriem entes queridos. Além disso, o fim dos bombardeios abre corredores humanitários para alimentos, água e medicamentos, reduzindo a taxa de mortalidade que chegou a 15 mortos por dia nos últimos três meses.

Por que Benjamin Netanyahu não compareceu à assinatura?

Segundo fontes próximas ao premiê, ele preferiu permanecer em Tel‑Aviv para coordenar a retirada das tropas e evitar pressões internas de setores militares que ainda defendem uma resposta mais agressiva contra o Hamas.

Qual o papel do Egito na garantia do acordo?

O Egito atuou como anfitrião da cúpula e como mediador logístico, facilitando a passagem de prisioneiros e supervisionando a segurança nas fronteiras de Rafáh. O governo de Abdel Fattah al‑Sisi também comprometeu recursos para reconstruir escolas e hospitais nas áreas mais afetadas.

Quais são os principais riscos de colapso do cessar‑fogo?

A desconfiança mútua entre Hamas e as forças de defesa israelenses pode gerar incidentes isolados que escalem. Além disso, facções radicais podem tentar sabotar a entrega de ajuda humanitária para ganhar apoio popular. A falta de recursos financeiros para a reconstrução rápida também pode alimentar ressentimentos.

O que vem depois da fase três do acordo?

Com a retirada completa das tropas israelenses, o foco deve mudar para negociações políticas sobre o futuro de Gaza, incluindo a possível criação de uma administração civil palestina supervisada pela ONU e discussões sobre o direito de retorno dos refugiados palestinos.

2 Comentários

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    Gustavo Tavares

    outubro 13, 2025 AT 23:31

    Trump se acha o messias da paz, mas na real ele só arranja desculpas pra esticar o fogo. Essa "assinatura gloriosa" virou mais um teatro de vaidade, onde os verdadeiros sofridos ficam à margem enquanto o pessoal da alta cúpula troca sorrisos por títulos. É um ciclo vicioso de promessas vazias que nunca chegam àqueles que realmente importam: as famílias devastadas em Gaza.

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    Janaína Galvão

    outubro 14, 2025 AT 03:00

    Não é à toa que o globo inteiro está de olho - eles sabem que há interesses ocultos por trás desse pacto! O que Trump não conta é que os EUA têm seus próprios acionistas no zoneamento de Gaza, e o Sisi sai ganhando influência política. Cada passo parece calculado para manter o controle de recursos estratégicos, e não por um genuíno desejo de paz.
    Não se engane, tudo tem um preço, e a população pagará a conta.

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